Rock com liberdade para ser hard

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Glamour, cabelos ouriçados, laquê, maquiagem, unhas pintadas, roupas com muitas lantejoulas, calças justas, botinas, brilhos e mais brilhos. Bem, esta não é a descrição de meninas, mas o visual de músicos de bandas de hard rock que agitaram os anos 80 com figurino cheio de tudo, uma overdose de estilo, um mundo de excessos. Porém, era preciso ser muito macho para usar tudo aquilo e ainda era necessário fazer boa música, afinal, era ela, sem exceção, que deveria imperar nos palcos, nos clubes, nos discos e nos shows. Apenas o visual não sustentava o sucesso de uma banda, era preciso talento, ainda mais com tanta concorrência e pouca tecnologia da época. Não bastava ser uma Britney Spears do metal, era preciso ter gogó, ou seja, voz de verdade. Couro, plumas e paetês somados a drogas, bebidas e fãs enlouquecidas na mesma frequência faziam parte da cena habitual do rock. Muitas bandas despontaram e permanecem fazendo o que sabem fazer até hoje, talvez, com um visual mais dosado no mundinho cotidiano, pois nos anos 80 essa loucura era vinte e quatro horas por dia. Outras bandas, entretanto, tornaram-se sucessos de uma música só, mas isso acontece em todos os tempos e em todos os estilos musicais. E, quantas bandas, ainda hoje, não dariam tudo por esse único sucesso?

Riffs de guitarra, solos trabalhados, vocais afinados e figurinos exacerbados eram qualidades imprescindíveis para as bandas de hard rock dos anos 80. E como estão as bandas da atualidade? Com certeza o clichê “peguei a legging e o hímel da minha namorada emprestados” ainda continua a funcionar. A era grunge dos anos 90, com suas calças largadas e camisetas em flanela xadrez, não conseguiu exterminar o brilho e o glamour do hard rock. Muitas bandas arriscam, ainda hoje, o efeito exageradamente oitentista, a diferença é que a maioria delas não é mais oriunda de Los Angeles, nos Estados Unidos, mas sim, de origem europeia. A música continua boa, alta e pesada, e seus músicos com talento. As calças ainda são ajustadas. Correntes de metal, cintos de couro, fivelas grandes, braceletes pontiagudos e inúmeras pulseiras ainda sobrevivem, assim como o destemor em cima do palco. Sinceramente, é uma maravilha, pois esse visual é magnífico, é teatral, é estrategicamente estudado e, ao mesmo tempo, é sincero e perfeito. Além de extremamente sexy.

Encontrar um estilo próprio é o que cada banda almeja, tanto no seu visual como (e principalmente) na sua música. E, nisso, as bandas de hard rock ganham com louvor, pois seus músicos são sempre astros, apostam na diferença, na audácia e na transgressão do visual. Atualmente, na vida real, até podem ser criaturas normais, porém, no palco, vestem o figurino de ídolos, como personagens de sonhos que se materializam no exato momento em que as luzes acendem e o show começa. Os músicos de agora, assim como os de outrora, continuam a apertar o play no quesito ousadia visual, diferença essencial em um mundo de iguais.

por Fabiana Langaro Loos

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