Uma das melhores coisas das redes sociais é observar. Eu gosto de ler o que aparece na minha timeline do Facebook e me divirto muito. Ao contrário das pessoas que reclamam, retrucam, criam inimizades, causam discórdias e tal, eu leio, observo e aprendo com as coisas boas que aparecem.
Há muito texto bacana, comentário bem escrito, gente com ideias inteligentes, boas dicas de livros, filmes e discos, belas fotografias, descobertas interessantes, gente com talento, bom humor e muita inspiração, basta saber filtrar. Mas aprendo também com o que eu não gosto, com os erros de português e com as opiniões que discordo, tudo serve de estímulo para eu pesquisar, aprender o modo correto e melhorar como ser humano também.
Eu gosto de observar o comportamento das pessoas. É engraçado ver as contradições dos usuários das redes sociais, seja através de um texto de alguém que se acha cult mas erra absurdamente no uso da crase, seja através das opiniões extremas e de gente que não se coloca no lugar do outro, seja por meio daqueles que gostam apenas de polemizar ou de adquirir curtidas para o ego. Enfim, não é meu intuito julgar ninguém, todos nós podemos falhar. Eu aprendo com os bons e com os ruins, não tenho o objetivo de falar mal de ninguém e muito menos de gastar meu tempo com comentários agressivos. Curto aquilo que admiro, sem gastar minha energia inutilmente.
Para as pessoas que gostam de ter uma opinião formada sobre tudo, acharia interessante jogar toda essa energia na criação e manutenção de um blog. Todavia, essas pessoas se realizam com o combate direto, com o corpo a corpo (mesmo que seja cada indivíduo atrás da sua telinha) e ficariam decepcionadas se o blog não tivesse a capacidade de gerar peculiares zonas de conflitos.
Claro que conflito de ideias é algo produtivo, basta ter embasamento e estrutura. É um estímulo, com os mais altos efeitos da endorfina. Engraçado, essa palavra me remete ao status de muitos sedentários que amam avaliar negativamente a vida daqueles que curtem treinar, cuidar da alimentação e se sentem felizes com seus tanquinhos talhados. É como se todos que estivessem em busca de um corpo sarado e uma vida saudável, tivessem a mente vazia. Infelizmente, é a incansável luta do bacon e da cerveja contra o frango e a batata doce. Mas cada um tem seu próprio jeito de levar a vida e buscar a felicidade da sua maneira, é preciso respeitar. Então, cada um no seu quadrado, no seu triângulo ou no seu círculo de amizades, lembrando que você atrai o que procura.
Eu quero sentir prazer e paz na vida real, compartilhada com todo esse emaranhado virtual, positivamente consciente da minha capacidade passiva e ativa em me relacionar com os outros, mas completamente segura que ainda prefiro o tempo aproveitado com minha própria consciência ou com pessoas queridas do que horas e horas agarrada ao computador ou ao iphone, sem saber realmente para onde essa conexão imediata irá nos levar.
por Fabiana Langaro Loos