Arte de Rua

No mundo contemporâneo, a arte saiu das galerias e museus e hoje é facilmente encontrada nas ruas através de imagens, sinais e signos. Intervenções urbanas, apropriações de espaços, ações individuais ou coletivas e grandes instalações começaram a ocupar o espaço urbano das metrópoles na década 1970 e, desde então, cada vez mais procuram seu espaço. Nos dias atuais, uma nova forma de expressão artística vem tomando conta do visual das cidades, fazendo um elo entre artista, espectador da arte e comunidade, como um meio de comunicação, expressão e atitude. É o grafite o mais emblemático meio da arte de rua, inicialmente com aspecto transgressor, hoje, deixa mensagens, cores e desenhos em lugares estratégicos das cidades. Em Balneário Camboriú (cidade de SC onde esta artista reside e mantém seu atelier de artes) existe o projeto das caçambas de lixo, muito interessante e educativo, que envolve alunos e, consequentemente, a inevitável interação de toda a comunidade. É importante ressaltar a arte do grafite e não a da pichação, que é feita ao acaso e sem nenhuma consciência artística e visual. Inicialmente, o grafite começou a aparecer através das mãos de jovens americanos que escreviam seus nomes pelas ruas de Nova Iorque, atualmente, a técnica do grafite está mais elaborada, revelando maior complexidade visual, linhas e cores com elegância e muita criatividade. No Brasil, o nome mais conhecido é de Osgemeos, dois irmãos idênticos grafiteiros, chamados Otávio e Gustavo Pandolfo, que levaram o grafite brasileiro para o exterior e, hoje, na contramão, ocupam galerias e museus além das ruas de cidades nos Estados Unidos, Brasil e Europa, usando temas que vão de retratos de família à crítica social e política. Uma grande exposição de Osgemeos, intitulada “Vertigem”, acontece em São Paulo até 13 de dezembro de 2009, no MAB – Museu de Arte Brasileira da FAAP, com entrada gratuita. Bela e criativa, além dos “tradicionais” grafites, o visitante poderá apreciar instalações com recursos sonoros e esculturas. Somente é preciso ter cuidado ao transportar esse tipo de arte para dentro das galerias e museus, a fim de não controlar ou intimidar sua espontaneidade e seu verdadeiro fim, a arte de rua e seu contato direto com a comunidade, em um meio que sofre outros tipos de interferências do homem, do clima e do lugar no qual a arte está inserida.

Fabiana Langaro Loos

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