Censura, não!

Censura é a violação do direito da livre expressão. É uma ideologia repressora, porém, pode adquirir um caráter meramente preventivo. Na verdade, censura é um ponto final. Encerra o assunto, causando angústia e dor. Fecha forçosamente um ciclo. Quem nunca foi censurado, que jogue a primeira pedra. Quem nunca censurou, merece uma medalha de honra ao mérito. O ser humano infelizmente é frágil, corruptível e influenciável, por isso, constantemente impõe limites a si mesmo e aos que o cerca.

Censura é proibição. E pode gerar uma pena. Censura é ameaça, seja ela silenciosa ou não. A palavra censura nos revela uma imensa carga negativa. Entretanto, a censura também pode ser utilizada com o teor educativo. Mas, com toda a certeza, existem outras maneiras democráticas e sinceras, ou seja, inteligentes para o ato de ensinar. A Constituição brasileira de 1988 aboliu totalmente a censura de caráter moral, político e religioso, porém, observando-se bem, a censura com o intuito de educar ainda prevalece em grande parte de nossa sociedade. Prevalece, também, no governo de líderes fracos que acreditam que a submissão e a repressão de um povo seja uma boa forma de governar. Pode ser simples e prática para quem está no poder, mas é uma forma arcaica de mostrar liderança.

A censura corta a comunicação, inibe a opinião, controla a arte e o desenvolvimento do cidadão. A censura faz retroceder enquanto que a liberdade transcende a maneira de se encarar a vida. A censura bloqueia todo o processo de criação. Nossa liberdade constitucional garantida é constantemente violada quando envolve o interesse e o caráter das pessoas. Aí, surge a política da conveniência, a política do controle e da subversão às idéias inovadoras. A sensação de se ter uma idéia censurada é decepcionante, para não dizer broxante. É importante ressaltar que idéia censurada é bem diferente de crítica, de se estabelecer uma nova informação, dando ênfase à boa comunicação.

A censura ao erotismo, aos assuntos referentes ao sexo, ao perverso e ao não comum também é “coisa normal” em nossa sociedade. E há muita hipocrisia nisso, pois basta aparecer uma cena de sexo na novela das oito da vênus platinada e a família está inteira lá, grudada na telinha da TV. Então me pergunto, cadê a censura? E para quê? Oras, o sexo faz parte da vida. E cada indivíduo que escolha o seu, afinal, nem para isso deve haver censura ou exclusão.

Vale lembrar que a censura começa por nós mesmos, no nosso dia-a-dia, independente de profissão, escolaridade, sexo ou nível social. Somos nós que limitamos nossa própria liberdade. Cada indivíduo tem o poder de questionar, instigar e buscar novos valores, desde que não prejudique aquele que está ao seu lado. Na verdade, o homem não deve ficar calado, acuado, com medo de ser censurado. Já disse Voltaire “posso discordar de tudo que dizes, mas lutarei até a morte pela liberdade de dizer”. A censura inibe a liberdade, e sem liberdade não somos nada.

por Fabiana Langaro Loos

Compartilhe!
Share on Facebook0Share on Google+0Pin on Pinterest0Tweet about this on TwitterShare on Tumblr0

0 thoughts on “Censura, não!

  1. Gostei muito o que você falou sobre censura e é muito importante falar algumas coisas, porque tem pessoas que não sabem o que é isso.
    Ótimo, adorei, nota 10.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *