Será a vida um lance de sorte e azar, ou será que o ser humano é capaz de prover sua própria sorte e eliminar o azar, abrindo mão das linhas do destino? Sempre me pergunto se o destino somos nós que fazemos, diante dos infortúnios e dos êxitos da vida, ou ele já está traçado, cabendo-nos apenas o papel de agentes passivos ou agentes coadjuvantes de um mundo pré-determinado, através de uma mão superior que rege as cordas, abrindo e fechando as cortinas ao seu mero prazer.
Bem, enquanto a vida vai tomando seu rumo, eu tento fazer meu próprio destino, pois não sou o tipo de pessoa que espera os fatos acontecerem, tenho ansiedade em participar, em atuar e estabelecer meu próprio destino. Afinal, é muito fácil lançar mão dessa desculpa, enquanto as coisas certas não acontecem ou enquanto a sorte não está do nosso lado. Mas há momentos que temos que ir atrás dela, e não esperá-la, comodamente, sentados no sofá da sala. Uma coisa é certa, se você nunca joga na loteria, nunca será um ganhador. O perdedor já existe, já é fato. É preciso ter atitude para transformar, para mudar o destino.
Você até pode argumentar comigo que certas pessoas têm mais sorte que outras, mais sorte no amor, mais sorte para negociações comerciais, mais sorte para passar em um concurso ou ganhar uma rifa. E que outras, por sua vez, são azaradas por natureza, não encontram vôo para viajar, perdem a promoção, nunca ganham nada. Mas continuo a insistir que não é uma questão de sorte ou azar, é uma questão de estabelecer metas para a vida, não deixando tudo ao acaso das circunstâncias. Só passa em um concurso quem está habilitado, e para isso é preciso empenho. Perde a promoção, o desinformado. Não encontra vôo ou perde o avião, aquele que é desorganizado. Enfim, em quase todas as situações, podemos interferir como agentes ativos da rotina do dia-a-dia.
Claro, em certas situações, é preciso estar no lugar certo e na hora certa. Como também vale o contrário, não estar em um determinado lugar, naquele determinado momento. Mas aí, são exceções ou até posso cogitar em uma suposta predestinação, porém, de qualquer forma, implica na ação do ser humano. Muitas vezes, a pessoa “ralou” uma vida inteira, para depois muitas outras lhe atribuírem um momento de sorte. Na verdade, não foi sorte, e sim, o reflexo de anos de esforço, pois a vida não é feita de fantasia. E torno a salientar, é feita de atitudes.
Em geral, temos a mania de atribuir o sucesso dos outros à sorte, e o nosso
sucesso, ao conjunto de esforços, aliados à competência e muito trabalho. Sempre acreditamos que nosso empenho foi maior, ou que nosso osso é sempre o mais duro de roer. Na realidade, creio que a sorte e o azar chegam a todos de forma igualitária. Cabe a nós, o discernimento para aproveitar as oportunidades, estando devidamente preparados para fazer bom uso delas e não deixar atalho para o azar. Tudo depende de como interpretamos e recebemos os fatos e as oportunidades, pois sorte é saber aproveitá-los e não dar tempo para o azar.
Por Fabiana Langaro Loos