Três dias são suficientes para visitar a acolhedora capital da Noruega e se encantar com a bela paisagem e muitas obras de arte.
Por Fabiana Langaro Loos
Oslo, capital da Noruega, tem muito a oferecer: museus, galerias de arte, parques arborizados, esculturas ao ar livre, passeios de barco, deliciosas cafeterias, castelos, lojas, enfim, muitas opções para o turista, ansioso e curioso, que a visita pela primeira vez. Oslo possui aproximadamente 510 mil habitantes, sua moeda é a Coroa Norueguesa (Kr) e o Rio Akerselva traça uma linha que separa seu leste do oeste.
Três dias são suficientes para conhecer a cidade e suas diversas atrações, e para perder-se um pouco também. Tudo tem acesso fácil, o trânsito funciona rigorosamente bem e logo é visível a conseqüência, não há engarrafamento, afinal, o transporte público é pontual, seguro e eficiente, característica de primeiro mundo, onde o comum é utilizar metrô, ônibus, trem e bicicleta. Mas, claro, todo o turista que se preza é um bom “andarilho” pois para conhecer bem uma cidade, é necessário caminhar, sentir seu clima, seus sons, sua gente, seu cheiro.
E, por falar em cheiro, Oslo é uma cidade perfumada. Está certo que era primavera, início de verão, época em que as árvores estão coloridas e as flores desabrocham nos canteiros. Foi possível sentir o perfume no ar, que sensação incrivelmente deliciosa e refrescante, apesar do calor que consome as ruas durante o dia, nessa época do ano, com sol reluzente dando boas-vindas. E o sol é realmente o astro-rei a ser homenageado e bem recebido pelos moradores de Oslo. Mesmo assim, em Oslo, é sempre bom sair munido de um guarda-chuva. Porém, na primavera e no verão, a chuva é passageira, nada que estrague os passeios ou o bom humor.
Terra dos Vikings, sua história está nas ruas, dentro dos museus e nas lojas de souvenirs através de artigos e de peças utilizadas por esses guerreiros natos ou através da arquitetura sempre bem preservada. A arquitetura é bem eclética, mesclando prédios modernos com antigos. Do aeroporto de Oslo, facilmente se pega um trem que, em quinze minutos, está na Estação Central, cheia de gente que vai e que vem. Os bilhetes para o trem são adquiridos através de máquinas, tudo rápido e prático. O horário, nem preciso ratificar, é pontual ao extremo. Chegando na Estação Central (Oslo Sentralstatsjon, ou simplesmente Oslo S), basta andar um pouco pelas ruas até encontrar um hotel, há vários pela região, mas é sempre bom ter uma reserva antecipada.
Devidamente instalada, de banho tomado, com uma máquina de café no quarto (tem coisa melhor que isso?), é guia na mão e pernas pra que te quero. O passeio pode iniciar pela Prefeitura de Oslo (Rädhus), um magnífico prédio de tijolos escuros, inaugurado em 1950 e onde se entrega anualmente o Prêmio Nobel da Paz. Seu hall principal é suntuoso, cheio de afrescos e há outras salas elegantes no prédio, que também podem ser visitadas. Após a Prefeitura, a visita pode seguir até o Complexo Akershus, localizado ali perto e uma das atrações mais populares, composta pelo Castelo de Akershus, Museu da Resistência, Museu das Forças Armadas, salas de concertos e café. A vista panorâmica da cidade é linda e a atmosfera verde é contagiante. É uma viagem por 700 anos da história da Noruega.
Continuando a caminhada, outro lugar maravilhoso a conhecer é a Ópera de Oslo, um estonteante prédio de arquitetura moderna, com muitos vidros e que, de longe, imita a estrutura de uma lancha. À noite, completamente iluminada, vira um verdadeiro cartão postal. Museu de Arte Contemporânea, Museu da Arquitetura, Museu de Artes Decorativas e Design, Museu de História Nacional e Galeria Nacional são atrações imperdíveis, e é na Galeria Nacional que se encontra o famoso “O Grito” de Evard Munch. Outras obras deste famoso pintor norueguês, que completou 150 anos de aniversário neste ano, podem ser apreciadas no Museu que leva seu nome.
Por falar em arte, uma das atrações mais visitadas de Oslo é o Parque Vigeland, que abriga mais de duzentas esculturas do artista norueguês Gustav Vigeland. São esculturas em bronze, granito e ferro fundido que atraem mais de um milhão de visitantes ao ano. E a entrada é gratuita. Uma das obras que mais chama atenção é o “Monolito”, ao final do parque, uma escultura em formato fálico, composta por um mosaico de seres humanos.
O Teatro Nacional e o Parlamento da Noruega (Stortinget) também podem ser conhecidos através de visitas guiadas. O Museu de Arte Moderna Astrup Fearnley, recentemente instalado em uma construção arquitetônica bastante moderna, à beira mar, pode ser visitado antes de ir à Península de Bygdoy. O Museu de Arte Moderna conta com obras de artistas renomados, entre eles, Jeff Koons, Francis Bacon, Damian Hirst e Anselm Kiefer. E na ala de exposições temporárias estava acontecendo uma exposição de Cindy Sherman.
Após encher os olhos e a alma com belas imagens, o entorno do museu também é super agradável e repleto de obras de arte, segue-se, então, para a Península de Bygdoy, através do Píer 91. A viagem pelo mar é rápida e calma, o barco é modesto e sempre vai cheio. Trata-se de uma visita a céu aberto, que inclui o Museu de Navios Vikings (Vikingskipshuset) e o Museu do Folclore Norueguês (Norsk Folkemuseum). No Museu de Navios Vikings, há embarcações que foram utilizadas para cerimônias fúnebres, além de muitos objetos e obras de arte. No Museu do Folclore, aberto desde 1894, o turista faz uma viagem aos séculos passados e visita casas restauradas, celeiros, oficinas, padaria, farmácia, escola e uma igreja de madeira, original, construída em 1200 d.C. Tudo está funcionando, com animais no pasto e pessoas em trajes típicos, é uma viagem aos séculos passados. E a igreja, além de imponente por fora, contém detalhes internos que estão perfeitamente preservados, além disso, aos domingos, ainda há cultos.
De volta ao Píer, nada melhor que saborear alguns pratos apetitosos. O Píer é um local bastante prestigiado para almoços e jantares, há restaurantes flutuantes e muitas construções novas, inclusive apartamentos de moradia. Outro local agradável para sentar e saborear um café, observando-se o movimento e as pessoas, é a Karl Johan Gate, a principal rua de comércio da cidade. Oslo não é uma cidade barata, ao contrário, seus preços são mais elevados do que muitas outras capitais europeias. Mas, com toda certeza, uma cidade fantástica para visitar e morar.
Oslo vista do topo do Parque de Esculturas Vigeland (Crédito da foto: Fabi Loos)