O calor vem tomando nossa praia, em alguns dias dessa semana até foi possível pegar um solzinho, você não se sente mais vivo? Dá mais vontade para praticar um esporte, passear na rua, sorrir mais, brincar com os filhotes, tomar um suco no quiosque, dar algumas braçadas no mar, correr pelo verde do morro, ou seja, aproveitar a vida do jeito que deve ser, intensamente. Vida bem vivida. Voar por aí. A temperatura sobe e com ela a disposição, ainda mais que não estamos naqueles dias de calor insuportável, quer coisa mais agradável que o sol brilhando e o ventinho fresco batendo de leve nas madeixas ou balançando, delicadamente, as folhas das árvores? Assim, sem sufocar ninguém, apenas o prazer de um bom dia de sol. No último domingo, uma enorme nuvem (como um “fog” londrino) nos engoliu, a neblina (ou uma fumaça) invadiu nossas ruas, nossos quintais, cobrindo o sol, os prédios, o mar, a ilha. Fez-se de algodão doce e, de um jeito doce e leve, tomou conta da nossa cidade. Bom ou ruim? Não sei, um pouco estranho, algo diferente, surpreendente por um dia inteiro (ou mais?). Mas cansa ficar dentro da nuvem, melhor é ver os raios dourados, o mar azul iluminado, a natureza em verde efervescente, o reflexo e o brilho do sol nas pessoas que, naturalmente, deixam-se levar pela felicidade. Sol, eu te convido a entrar, a porta está aberta, sem cerimônia, fique à vontade, nossa praia é tua.
(Jornal Página 3 – parte da Fabulando de sábado – 28/08/10)