Nós e nossos medos

Quantos medos nós enfrentamos durante a vida? Algumas pessoas lidam melhor com esse sentimento, outras, porém, têm medo mortal só de sentirem medo. Coisa estranha, não? É medo de barata, medo de mudar de rumo, medo de escolher uma profissão, medo de casar, medo de ficar sozinho, medo de avião. Medo de violência, medo de engravidar, medo de errar, medo de perder alguém, medo de novas experiências, medo do desconhecido, medo de atentado, medo do escuro, medo de cobra, medo de não ter ereção. Medo da morte, medo de rejeição… Posso escrever páginas e páginas enumerando muitos medos e esquecer do seu, afinal, qual é seu medo? Não há quem diga que nunca sentiu um medinho, um frio na barriga, uma sensação estranha, muitas vezes inexplicável, vinda não sei de onde que, em certos casos, nem nosso amigo Freud teria uma plausível explicação, teria ele medo de alguma coisa? Talvez medo de não achar um porquê.

Nem a mais bela, a mais inteligente, a mais conectada e centrada das pessoas consegue dizer “eu nunca tive medo”, pois o medo coabita nosso mundinho interior, de forma real ou imaginária. É inevitável! Há o medo de não domar o medo. Medo de acreditar nos sonhos, medo de envelhecer, medo de mostrar a alma, medo de arriscar, medo de enlouquecer. Medo da rotina, medo de se entregar. Medo de soltar as asas. Medo da menopausa, medo de não ter tesão. Medo da primeira transa, medo de bicho papão.

O medo também instiga, fascina, excita. Você nunca transou numa praia, morrendo de medo, mas foi tão bom?!?! O medo também apavora e você deixa de concretizar certos desejos. Você deixou de trair com medo de ser pego, e aí, a oportunidade se foi! O medo também beneficia, vale a pena, tem suas vantagens. Você deixou de comer aquele doce absolutamente irresistível com medo de ganhar uns quilinhos extras, em compensação entrou naquela calça 38 que arrasa quarteirão!

Medo de falar em público, medo de contar uma notícia, medo de ser ausente, medo de ser intrometido, medo de escutar, medo de relembrar, medo de sair do casulo, medo de fazer ou deixar de fazer. Medo das conseqüências de seu ato. Medo de não receber perdão. Medo de escrever e você não me compreender. Medo de reprovação.

O medo aproxima, o medo separa, o medo angustia, o medo impede, o medo faz tanta coisa, é muito poder para um substantivo masculino de quatro letras, dissílabo, paroxítono, que tem o dom de acovardar, estremecer e inquietar. Mas, o maior medo de todos deve ser evitado: medo de amar, porque amar é tão bom.

 Por Fabiana Langaro Loos

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0 thoughts on “Nós e nossos medos

  1. Oi Fabi!!! Parabéns pelo site e pelas palavras muito bem arranjadas em artigos belos, sensíveis e pontuais.

    Com orgulho te vejo assim, cada vez mais artista, mais inteligente e mais bonita!!!!

    Aplausos para este amélia moderna que não tem medo de se expor e de dividir o pensamento, picante e picado, abraçando a vida!!!

    Grande abraço,

    Tua fã,

    Letícia SChlindwein

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