Algumas coisas (e pessoas) aparecem na vida da gente sem explicação, sem motivo, sem pedir licença, sozinhas ou de carona com outras “gentes”, agarram-nos como se ali já estivessem, há muito tempo. Inexplicável e intensamente, de maneira incomparável (feroz e velozmente), tomam nossa respiração, nosso ânimo, nossas vontades, nosso tempo, nossos impulsos (nosso pulso), assim como a rosa que, de um dia para outro, de botão vira flor, formosa flor e de linda cor, vira a vida da gente. Porque a vida, assim como os sentimentos, são coloridos, você ainda não percebeu? Há dias vibrantes marcados por uma cartela de cores quentes. Há dias apagados, quase acinzentados, embriagados por sombras, dúvidas e perdas. E da temeridade das sombras surgem os sinais ariscos (e os riscos). E das dúvidas ensaiam os sonhos. E dos sonhos desenrolam os desejos. Os desejos flutuam em nuvens que se movem, cheias e gordas, pelos caminhos da gente. Depois vem a chuva para sanar a sede. Por fim, florescem os caminhos solitários ou nutridos de pessoas e de coisas. Por esses caminhos há dias inteiros. Há dias pela metade. Há dias que não chegam nunca, há dias que não terminam. E, os melhores dias, assim com os melhores momentos, passam voando e, inexplicavelmente, tornam-se inesquecíveis e, como redundância, poderíamos dizer, para sempre, prazerosamente para sempre.
por Fabiana Langaro Loos
Vc escreve muito bem Fabi. Soa como poesia “urbana” do cotidiano moderno. Adoro esse tipo de linguagem pois ela é realista !!! Bj e parabéns