Antes de mais nada, o que é pecado? Pecar ou não pecar? É difícil responder, já que os pecados, em sua maioria, são tão bons. Mas, quem inventou tais regras? Talvez os mesmos que estabeleceram a divisão entre pecados capitais e pecadinhos banais. Talvez os mesmos que pecaram pela primeira vez. Talvez os reincidentes que, com “bom coração”, tentaram proteger a humanidade, em vão.
Não dá para falar em pecado sem esquecer a censura, o preconceito, a igreja, a moral, os vícios e muitos outros preceitos que fazem parte da alma humana. Será que todos os pecados levam à desordem, trazem prejuízo à sociedade, ou é mais uma regra da igreja, com a finalidade de coibir desejos, de impor medo, de facilitar a educação em massa? O espírito se dissipa através do pecado? E como fica a vontade de viver intensamente, a inclinação natural de desvendar o desconhecido, de matar a curiosidade e estimular as vivências pessoais? Eu, ao escrever essas linhas, e você que as lê, estaríamos nós pecando? E a vontade de chegar ao fim, como fica?
A igreja inventou os Pecados Capitais: Soberba, Ira, Inveja, Preguiça, Gula, Luxúria e Avareza. E com eles inventou a restrição à liberdade, a auto-punição, a culpa. Inventou, também, a sua própria interpretação. Porém, nem todo vício capital compromete os aspectos de boa conduta do ser humano. Nem todo vício capital é destrutivo, se usado com moderação. Seria também a moderação uma forma comedida de pecar ou não?
Todo pecado se fundamenta em um desejo natural do homem. Analisando por esse aspecto, desejar é pecar. Não podemos desejar uma vida melhor, desejar felicidade, desejar o bem? Claro, também podemos desejar a mulher do próximo, desejar ter mais dinheiro, desejar ter um carrão. O desejo nos move e impulsiona, permite-nos progredir. O que seria da vida se sonhos e desejos não existissem? Pecado maior seria não poder sonhar.
Qual é o mal em satisfazer a gula, saborear um sorvete, comer sem estar com fome ou transar sem o objetivo da procriação? Qual é o mal em dar uma trégua para a luxúria, ir a uma festinha onde ninguém é de ninguém, só por pura diversão? Qual é o mal em olhar uma bunda bonita à beira mar e desejar ter o mesmo bundão? Qual é o mal do camarada que trabalhou o ano inteiro, pensando em estender sua rede durante o verão? Descansar, deixar seu corpo ao vento, com uma boa caipirinha na mão. Ai, que preguiça! Preguiça de levantar e atender o telefone que toca, com mais uma ligação.
Os pecados não podem representar um sentido unicamente negativo, pois estão representados por forças naturais onde o homem se estrutura e vive. O ato de pecar depende da intenção. Depende da vontade de fazer o bem ou de fazer o mal. Depende de considerações pessoais. Os pecados podem variar de pessoa para pessoa. De ato para ato. De situação para situação. Eva comeu a maçã e pecou. Agora estamos todos nós fadados a pagar os pecados do mundo, injustamente ou não. E você, também teria mordido a maçã?
por Fabiana Langaro Loos
Sempre fui aversa a pecado sempre achei que são inventados por pessoas infelizes.
Para mim o pecado é fazer o mal aos inocentes, sejam pessoas e animais.
Há algum tempo, viajando, vi numa parede um cartaz: “The only sin is to hurt people unnecessarily. Al the other sins are religious non-sense. To hurt yourself is not sinful, it’s just stupid!” [O único pecado é machucar pessoas desnecessariamente. Todos os outros pecados são bobagem religiosa. Machucar-se a si próprio não é pecado, é apenas estupidez!]. Acho que é por aí, e a Fabiana bate nessas teclas. Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!