Recebi e-mail do Miro Teixeira, presidente do CDL, perguntando minha sugestão para um show na nossa cidade, já que todos sabem que não curto Claudia Leite e afins. Bem, não fui ao show da Claudinha porque não faz parte do meu gosto musical e sim, acho super brega, muita valorização para pouco talento musical, mas o que faz a mídia, não é?
Porém, o x da questão não é esse, acho um absurdo lotear a praia e cobrar ingresso num espaço que é público, que é de todos. Se ao menos existisse uma licitação, como bem comentou o Marzinho na sua coluna Dedo na Moleira, poderia se tornar viável. E, lembrando as palavras do Jonas, “abre um precedente sem tamanho. Isso equivale a dizer que daqui pra frente qualquer um pode requisitar a praia e faturar algum em cima do patrimônio público”. Ainda penso que para realizar qualquer show na areia da praia, a gratuidade é base, sem distinção de povo, autoridades e vips. Não sou contra fazer shows na areia da praia, considero uma ótima promoção, o Rio de Janeiro fez Rolling Stones e foi um sucesso, porém, sem cobrar ingressos.
Outras questões me deixam indignada, alguns anos atrás o Ministério Público fez um estardalhaço porque alguns bares cobravam aluguel pelo uso de espreguiçadeiras na areia e coibiu tal prática. Agora, quando é realizado um show de grande porte, o MP se cala, não vejo diferença nos dois casos (parece que o Ministério Público Federal já tomou providências e requer indenização pela cobrança de ingresso de duas empresas organizadoras e Prefeitura, já é um começo).
Acredito que o problema de Balneário Camboriú é que não há regras, qualquer um faz o que bem entende, conforme o que lhe convém, parece terra de ninguém. Também citei outro problema para o Miro, no dia do show da Claudia Leite, por volta das 22 horas, o trânsito já estava confuso e, para complicar, nas imediações do Supermercado Big (Avenida Brasil), havia uma promoção de uma certa casa de música sertaneja, utilizando cones no meio da pista e entregando panfletos de promoção, parando ainda mais o trânsito, quem autoriza isso? Como pode uma cidade que se diz turística agir dessa forma? E isso não é de agora.
Turismo deve ser feito com organização e pensando na cidade e não no bolso de alguns felizardos. Os grandes empresários e as construtoras de Balneário Camboriú, que tanto gostam de eventos promocionais, também poderiam apoiar a cultura e retribuir um pouco o que a cidade já deu para eles. Afinal, investir em shows é investir em cultura. Há também leis federais de incentivo, instituições como Petrobrás e Banco do Brasil, entre outras, para as quais a Prefeitura poderia encaminhar projetos. Além disso, diversificar os gêneros musicais seria atingir toda a população, pois ficar apenas no axé, pagode e sertanejo é permanecer sempre nos exaustivos padrões. Inovar é sobressair e aparecer.
Então, respondendo a pergunta do Miro, que tal trazer para nossa praia, um show do Sepultura, a maior banda do Brasil (quer dizer, nem dá mais para considerá-la brasileira, já é do mundo) e realizar um show gratuito para moradores e turistas? Com certeza nossa cidade emplacaria muita mídia país afora. Fica a dica para nosso Prefeito e seus tão engajados colaboradores.
por Fabiana Langaro Loos
Ótimo texto. Agudo em suas perfeitas colocações.
Fabi , e relativo qual e a melhor ou não – como o gosto tb. !
O Rafa adora o Beatles e lôgico o Paul, vc tem RocK na veia, mas a pergunta e quem são os nossos Visitantes e Moradores ?
Alguêm sabe ? ( Rafa tem uma pesquisa nesse sentido na Prefa ?)
As casa “Noturnas” de Bc tocam oque ? O Público escuta o que?
Eu gostaria ouvir uma Joss Stone ou Diana Krall -l?
Acho bom de criar um Festival (quem sabe para ajudar alguma coisa/cidade/ONG) Típo Rock in Rio / Life Aid / etc. com musica diferente um mix – porque não Sepultura até Joss Stone e Paul McCartney – sonhar faz bem !
Claro sempre tem alguêm que quer ouvir o Rei , Daniel,Latino, etc.-
Acho temos espaço e público para todos ! Viva a democraçia