Eu não quero!

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A vida é feita de escolhas. Desde que nascemos somos levados a escolher entre a chupeta e a mamadeira, o doce e o salgado, a bola e a bicicleta, o cão e o gato, o azul e o vermelho, Dickinson e Halford, laços e caveiras, o dia e a noite, Ozzy e Dio, a calça e o vestido, a família e a balada, falar e calar, o clássico e o moderno, a praia e o campo, o salto alto e o tênis, a Dilma e o Serra, enfim, entre isto e aquilo. Infelizmente, não se pode ter tudo-ao-mesmo-tempo-agora e nem sempre sabemos fielmente o que queremos. Muitas vezes, é um chute no escuro e aí, ficamos largados a própria sorte. Mais importante, então, é saber o que não queremos. Assim, nossas escolhas ficam mais certeiras, porém, não menos fáceis. Escolher é sempre uma tarefa complicada e árdua. A partir do momento que optamos por algo, abdicamos de alguma coisa, o que soa como perda. E perder é difícil. Logo, não é unicamente a escolha que nos tortura, mas sim, saber que uma das opções não será usufruída, realizada ou, ao menos, testada. O ser humano não está habituado a perdas. O suplício da escolha chega a qualquer momento, sem ruídos ou estrondosamente, penetrando lenta ou vertiginosamente em nossas vidas, sendo capaz de escandescer sólidas estruturas e de libertar a lagarta presa no casulo (e ser borboleta é bem melhor). Afortunados os que têm as dúvidas e o consequente poder da escolha, ou seja, seguram as rédeas pelas próprias mãos, assumindo, irremediavelmente, os riscos de fazer ou de não fazer (reclamar não é opção). A oportunidade e a possibilidade da escolha dignificam o homem, afinal, trata-se do sentido de vida com liberdade. Ao longo da nossa história, entre tantas possibilidades, após irremediáveis horas pensantes e conversas em tons de monólogo, entre suscetíveis fragilidades, desilusões e dúvidas, estamos passíveis aos resultados, aos erros e acertos (ainda bem que também acertamos) e a finais que possam ser modificados, afinal de contas, nossas histórias de vida estão em constante evolução e transformações, porque algumas escolhas são imutáveis, porém, outras não são para sempre.

por Fabiana Langaro Loos

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