Cavalheirismo Moderno

cavalheirismo

(“Cavalheirismo” – a/s/t – 90x90cm – de Fabiana Langaro Loos)

 

Em tempos de igualdade de sexos, com a legalização do casamento homossexual, homens e mulheres se equiparam profissionalmente, com capacidade para dividir e compartilhar poder, ideias e espaços. Em um novo mundo onde homens usam bolsas e participam das reuniões escolares de seus filhos e mulheres se encontram para o happy hour após o dia de trabalho, a socialização através de parcerias de todos os tipos ou a facilidade de comunicação através de redes sociais, com tanta modernidade e rapidez, falar de cavalheirismo pode soar um tanto quanto démodé.

Apesar de tanta igualdade, infelizmente, ainda é possível perceber a existência de um machismo velado na sociedade, basta observar certas propagandas de televisão, principalmente as de cerveja, quando um homem é acompanhado ou servido por uma boazuda de biquíni, sem falar nos programas humorísticos e até mesmo alguns que se dizem sérios, feitos por gente que se acha competente e sem preconceitos. Porém, ainda prevalece o artigo quinto da Constituição Federal do Brasil, “todos são iguais perante a lei”. Mas será que, no dia a dia, somos realmente todos iguais na vida em sociedade?

Fisicamente e biologicamente, homens e mulheres não são iguais, isso é fato constatado. Até podemos tentar, mas é impossível ir contra a natureza. E aí, a situação ganha um rumo diferente. Certos empregos se encaixam melhor para homens, principalmente quando nos referimos ao uso da força. Na busca pela igualdade, outra questão que se torna confusa é o tal do cavalheirismo. Ainda existe? Após anos de revoluções, conversas e conquistas femininas, onde se encaixa o cavalheirismo na vida moderna?

Algumas mulheres até tentam esconder ou negar que apreciam essa delicadeza prestada do homem para a mulher, mas intimamente, todas gostam. Afinal, que pessoa não gosta de uma gentileza? Por mais iguais que homens e mulheres sejam com referência a direitos e obrigações, mulheres adoram ações nobres e amáveis, da mesma forma como qualquer ser humano presta gentilezas às crianças ou aos mais idosos, ou seja, coisas de boa educação. Porém, também acredito que no mundo contemporâneo, o homem ficou confuso e com medo de receber uma indevida interpretação quanto a ser cavalheiro.

Cavalheirismo não é uma necessidade, mas é tão bom quando alguém nos abre a porta do carro ou uma lata de pepino, ou pega a blusa que está lá na prateleira mais alta do armário, ou ainda, sem motivo ou intenção (ou com muito motivo e muita intenção) presenteia-nos com flores ou nos ajuda com o pacote pesado do supermercado. Ah, gentilezas do dia a dia, que valeriam para qualquer cidadão, homem ou mulher, desde que feitas com carinho, amor e gratidão, sempre com naturalidade e sem obrigação. Tão bom quando uma mão mais forte nos segura pela cintura ao atravessarmos a rua ou adentrando em um salão. Ou também, que chama o garçom e pede a conta no restaurante, indiferentemente de quem ira pagá-la. Simples doçuras do cotidiano que mulheres independentes econômica e socialmente adoram, mesmo quando insistem em dizer que não.

por Fabiana Langaro Loos

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