Ah… Vontade de voltar. Essa vontade de voltar que nos move sempre. Vontade daquilo que é bom e permanece para sempre nos nossos corações.

Vontade de voltar no tempo, em uma história, para uma pessoa, a um lugar, para um instante. Vontade de voltar, de rever, de reler, de fazer de novo, de sentir mais uma vez, mesmo que seja diferente o retorno, o sentimento, a leitura, o encontro (e sempre é diferente), mas se a gente tem essa expectativa de voltar, é porque valeu a pena.

E essa vontade não impede, de maneira alguma, de seguirmos em frente. Não é viver na nostalgia, muito menos, deixar de pensar no futuro ou esquecer de viver intensamente o presente, mas sim, re-VIVER, pois tudo que foi um dia intenso, fica para sempre na memória, no coração, na nossa história.

Abrir um álbum de fotografias e sorrir, lembrar das pessoas que amamos tanto, e não estão mais por aqui. Ver um filme e voltar para um lugar por onde passamos, com direito a ter, nitidamente na memória, o clima, as belezas, os detalhes da paisagem. Fechar os olhos e lembrar de alguém que desejamos tanto e sentir seu cheiro, sua pele, seu olhar, seu beijo.

Se essa vontade de voltar ainda nos comove é porque não há um fim, apenas um espaço de tempo, um hiato, um suspiro. Nem tudo precisa ter um ponto final, as reticências estão aí para isso, assim como o sonho. No universo onírico, podemos voltar inúmeras vezes e sentir, e sentir de novo, e sentir mais uma vez. Mas não podemos esquecer da realidade, de voltar de verdade, para sentir novamente, ao vivo e em cores, o lugar, a paisagem, a pessoa, a cidade, o momento. E, assim, o retorno sempre será um novo começo.

(Fabiana Langaro Loos)

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