O sentido léxico da palavra vanguarda (derivada do francês avant-garde) diz respeito ao batalhão militar que precede as tropas em um ataque durante uma batalha. Utilizando-se tal termo em nosso dia a dia, é tudo aquilo que está à frente de seu tempo, seja uma atitude, uma palavra, um estilo, um comportamento, uma ideia, um objeto ou uma pessoa. Afinal, sempre existem aqueles que ditam moda, com criatividade, sensibilidade e ousadia, servindo de referência aos demais e interferindo, desse modo, no plano cotidiano da pluralidade. Assim como sempre existirão aqueles que apenas copiam ou acompanham o rebanho, passivamente. E o mundo segue seu fluxo.
A ruptura de padrões é um elemento fundamental ao vanguardismo. Ninguém segue em frente ou institui um modelo sem liberdade e, principalmente, sem preconceitos. Embora a ambição do elemento vanguardista não seja impor padrões, ele acaba, naturalmente, criando uma nova linha a ser seguida. Para isso, é regido por um aprendizado constante e por um toque de curiosidade, pois como já disse o filósofo grego Epicteto, “só a educação liberta”. Logo, somente é livre aquele que é capaz de pensar por sua própria cabeça, captando ensinamentos e formulando suas próprias opiniões e seus próprios questionamentos. Basta perguntar a qualquer professor, para se obter a confirmação, o melhor aluno é aquele que surge com as melhores perguntas. Está sempre em busca de algo mais.
O elemento vanguardista vive o presente com os olhos no futuro, sem apagar as marcas do passado. Alça voo livremente, mas está constantemente preparado para alcançar o solo quando necessário, afinal, seus planos não podem ficar apenas nos sonhos ou no campo da utopia, é preciso ação, com a finalidade de disseminar ideias e, assim, atingir outras pessoas, tornando-se uma referência na área em que atua.
Podemos perceber que a inteligência e a esperteza são características do ser vanguardista, porém, confiança, originalidade e coragem são fatores fundamentais para que uma pessoa transcenda seu tempo e se torne um ícone, mesmo não almejando tal patamar. Geralmente, são seres ou criações que nasceram para brilhar, providos de ousadia e grande poder de sedução, são precursores em grandes movimentos culturais, artísticos ou científicos. Inúmeras vezes, confundidos com loucos, são inicialmente vistos com receio pela sociedade.
Quando há um rótulo instituído, as mudanças são complicadas e lentas, mas novos pensamentos são imprescindíveis para o crescimento intelectual e para o desenvolvimento global, mesmo que sigamos a máxima de Lavoisier, “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, na mesmice é que não podemos permanecer, afinal, o mundo gira, gira e gira.
por Fabiana Langaro Loos