A vida é contínua. Uma imagem recobre outra. As imagens passam, marcam, fluem no tempo. Os dias não são os mesmos. As pessoas são únicas. Dias e pessoas se cruzam formando essências que transcendem o tempo. O dia-a-dia é uma seqüência de momentos, a fragmentação da vida. O dia-a-dia é o sortimento de situações referentes a um objeto que está sendo criado e ao seu criador. São vivências, referências, transmissão de idéias que geram efeitos.

Tudo é possível. Não há rótulos. O artista busca seus sentimentos. O público busca sentido próprio para o que vê. A arte é o elo entre o real e o imaginário. O artista é o canal que liga esse elo. O lúdico, as incertezas e as contradições fazem parte desse mundo. A globalização, a arte efêmera, a pluralização dos significados tornam-se corriqueiros e ligam esses dois mundos. A alma do artista mostra um mundo novo. Mundo que nem todos estão prontos para descobrir, pois volta-se para si mesmo, para suas inseguranças, para suas dúvidas, para o não palpável, para o não concreto, para a subjetividade do ser.

O artista cria, recria, desafia. Busca a poética do que vê. Busca um tempo novo, tempo que move as almas, transforma, conforta, faz esquecer, mas não extingue a existência do fato, a existência da criação. Criação que nada mais é do que uma camada sobre outra, assim como as pinceladas de um quadro.

A criação nunca está pronta, movimenta-se no inconsciente, movimenta-se com o tempo. A reciclagem de idéias é constante, o espírito do artista está sempre a se renovar, não é estático, muito menos quer retroceder. Sua visão alcança além dos limites, se é que há limites. Seu intuito é quebrar paradigmas, buscar novos caminhos, fazer indagações, buscar variáveis respostas. Nem sempre há respostas. Por outro lado, existem respostas diferentes para diferentes pessoas, ou para as mesmas pessoas, em diferentes tempos, pois a vida é contínua.

por Fabiana Langaro Loos

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