Comunicação veloz, transformação, interatividade, redes sociais, ferramentas múltiplas, essa é a cara do século 21. Claro, há também o copia e cola, inúmeras vezes sem o devido crédito ao autor, um crime, mas no Brasil, ninguém está aí para isso. Muitas expressões já viraram domínio público, porém, nunca é demais “dar nome aos bois”.
Com tanta informação gratuita disponível, diversos métodos de aprendizagem, conexão facilitada, o mundo ficou pequeno. Basta um clique e podemos conhecer museus, cidades, pessoas, lugares, livros e filmes, virtualmente, porém, em alguns casos, tão perfeitamente que podemos achar tudo real. É real, só existe uma tela de computador a nos separar. E a distância fica confusa. Tudo ficou muito próximo às pessoas, mas muitas vezes sinto tudo de maneira superficial. Muitas ferramentas e pouca atenção. O importante é estar por dentro de tudo, mas a essência fica do lado de fora. Tanta facilidade para explorar o conhecimento, mas são as redes sociais que ficam engorduradas de gente e aí, você lê aberrações.
Alunos vão para escolas e faculdades com laptops, ipads, iphones nas mãos, sinal da modernidade, que coisa linda. Mas o que estão acessando? E bons livros permanecem empoeirados nas prateleiras de bibliotecas ou com poucos acessos na internet. Óbvio, sempre há exceções. Blogs e mais blogs se acumulam no mundo virtual. Alguns com grandes conteúdos e ortografia perfeita, com poesia e sabedoria, como devem ser. Outros, entretanto, são diários abertos que não interessam a ninguém, repletos de erros de português e muita bobagem. E, pior, sendo compartilhados. Porém, a minha indignação é oriunda de casos que você nunca imaginaria ver, deve ser fruto de tanta porcaria que rola por aí (e, se não tomar cuidado, a gente “emburrece”). É a designer que diz “beneficiente”, a escritora antenada que vai para a MTV e fala “desapercebida” quando, na verdade, gostaria de falar despercebida, o Discovery Channel que faz uma chamada “se sobressair” ou o publicitário que escreve “há vinte anos atrás”.
Não me leve a mal, querido leitor, não quero agredir ou apontar ninguém, muito menos, refiro-me a pessoas sem condições de escolaridade, cito formadores de opinião. Vem à tona o meu medo de aprender errado ou desaprender. Estou cansada de “menas”, “meia”, “agente”, “seje”, “atraz” e por aí vai porque com tantas oportunidades, o assunto do momento é o “ai se eu te pego” plagiado. Espero que as crianças de hoje tenham grande empenho na leitura de um bom livro (quando chegar o momento), o mesmo empenho (ou mais) que pretendem reservar aos jogos eletrônicos ou às redes sociais. E assim, quando adolescentes, parem de falar “tá ligado” em cada final de frase. Fico imaginando esse indivíduo como profissional, em qualquer área que venha a escolher, por exemplo, o advogado irá falar ao juiz: “Tá ligado, Vossa Excelência” e o Juiz: “Beleza, Cara”.
Não quero parecer chata ou pretensiosa, também cometo erros, mas na dúvida, procuro uma consultoria, um dicionário ou a internet. Estou revoltada porque os erros que observo diariamente são básicos. Apaguem as redundâncias, as tautologias, os pleonasmos! Devo estar ficando velha.
por Fabiana Langaro Loos
PERFEITO TEXTO!
BJS
Obrigada Klaus. Beijo!
As pessoas estão mesmo muito superficiais, valores invertidos… muito boa toa abordagem! Parabéns!
…é verdade Fabi! conhecimento fragmentado, subproduto pós internet:sabemos sobre muitas coisas, porém muito pouco…o caminho + fácil nem sempre (quase nunca!) é o melhor, acho que as pessoas tem preguiça de pensar
beijão!
Monica, uma amiga me falou “pensar dói, mas uma dor que vale a pena”, verdade né? Obrigada pelo comentário. Beijo!
Parabéns pelo texto!
Mariza, obrigada pelo comentário e pela visita.
Obrigada pai.
beijo!
menina… é tanta coisa a se pensar… com valores tão invertidos… quem defende o correto uso da língua é careta. Contemporâneo e descolado é usar expressões “top”. A informação é gratuita e pode estar ao alcance de todos, mas é superficial e deixa a impressão de as pessoas serem portadoras de menos conhecimento do que a tecnologia proporciona. Parabéns pelo texto. Parabéns pela reflexão.