O descaso com a ARTE

Jornal Página 3 – 10/07/10 – Ano 19 – n°991 – página 36 – coluna FABULANDO – por Fabiana Langaro Loos

Obra é deteriorada no Salão de Artes de Itajaí

O único representante de Balneário Camboriú no 12° Salão de Artes de Itajaí, Rudi Scaranto Dazzi, teve sua obra deteriorada. Não é a primeira vez que obras de artistas de Balneário Camboriú são danificadas em Itajaí, o fotógrafo Celso Peixoto e o escultor Jorge Schroder também já tiverem esse tipo de problema em anos anteriores. Acidentes acontecem, mas os artistas não podem ficar mais engolindo sapos e mais sapos como se essa cena fosse algo normal. Em qualquer outro país (e talvez até mesmo no Brasil, em São Paulo ou Rio de Janeiro) os artistas seriam restituídos seriamente, mesmo que, em alguns casos, não seja possível restituir uma obra de arte, apenas ressarcir financeiramente o artista. Mas aquela obra se foi para sempre. Nesse caso, um pedido de desculpas não é suficiente, a própria instituição, assim como as pessoas envolvidas e a organização do salão acabam caindo em descrédito. Um caso isolado acaba por comprometer toda a região. Imagine se a obra deteriorada fosse de um artista de outro Estado, não que a importância seja maior ou menor se o artista é ou não local, mas qual a imagem (em relação à arte) que esse artista (de fora) levaria de Itajaí e, por que não dizer, de Santa Catarina?  O Salão já começou com alguns percalços, como prorrogação de inscrições, datas alteradas na divulgação dos aprovados e na escolha dos premiados e, para tanto, não sei se novos editais foram divulgados legalmente ou apenas divulgados por um simples comunicado da assessoria de imprensa da Prefeitura.  Nos próximos Salões de Arte e em outros eventos culturais que envolvam editais, é preciso atenção a esses detalhes, pois qualquer procedimento errado poderá gerar uma ação contra a Fundação Cultural e/ou Prefeitura, comprometendo a legalidade do Salão, podendo vir a ser anulado. Arte e cultura precisam ser levadas a sério, mais ainda quando suas instituições são públicas.

Ainda sobre o respeito à arte local

Nossa cidade (Balneário Camboriú/SC) também precisa dar mais atenção as suas esculturas públicas. Algumas delas precisam urgentemente receber manutenção, nada mal contratar seus criadores para esse serviço. Chamá-los para o trabalho e acertar o valor seria a opção mais adequada, pois não adianta termos obras de arte espalhadas pela cidade se elas não são adequadamente mantidas. Também não custa muito renovar os banners da Fundação Cultural que estão pendurados na Escola de Arte e Artesanato da Barra (suas letras estão sumindo) e uma pintura na edificação faria com que a casa perdesse o ar de desleixo e abandono.

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